Comunicação Social > Entrevista de Carlos Silvino à Revista FOCUS

No passado dia 26 a Revista FOCUS publicou uma entrevista com Carlos Silvino. Polémica, esta entrevista tem provocado os mais variados comentários.  Alguma Comunicação Social parece ter voltado ao clima de 2003 e 2004. Outra, felizmente, numa reviu esse passado  porta-se com a dignidade exigível ao jornalismo como função social e formativa.

Nesta página, se ainda não o fez, pode ler na íntegra o que foi publicado. E no final, muito importante, elementos sobre o tratamento de Carlos Silvino e ainda o depoimento do Prof Afonso Albuquerque em Tribunal.

Veja agora a receita passada pela Drª Maria Keating, em 30.07.03, que iniciou o tratamento "químico" de Carlos e o destaque das afirmações do Prof. Pinto da Costa nesta entrevista a propósito de tal medicação. Veja depois as declarações do Prof Afonso Albuquerque que continuou a medicar Carlos Silvino após a dispensa da Drª Maria Keating e do desaparecimento do Dr (?) Rui Frade. O Prof. Afonso de Albuquerque confirma que nunca realizou qualquer tratamento psicoterapêutico.


 

 

 Prof Afonso Albuquerque- em Tribunal

Juíza - Tem acompanhado so Sr. Carlos Silvino da Silva?

Prof. Afonso Albuquerque -Sim creio eu (imperceptível) intervenção na altura, depois creio que em Novembro, salvo erro Novembro de Novembro de 2004

Juíza -Neste momento o Sr. Dr. Continua  acompanhar os sr Carlos Silvino?

Prof. Afonso Albuquerque - Sim, mantenho com ele uma relação terapêutica desde essa altura, a periodicidade é mais ou menos mensal, às vezes um pouco mais de um mês e tenho acima de tudo intervindo do ponto de vista da medicação, menos do ponto de vista psicoterapêutico, dado que não, não me perece possível neste momento intervenções psicoterapêuticas, não se criou essa possibilidade relacional e a minha intervenção é basicamente medicamentosa, naturalmente nós vamos sempre dando ale dos medicamentos, algum apoio, algum aconselhamento

 

........................

 

Prof. Afonso Albuquerque - Eu julgo que posso com segurança dizer que a intervenção que eu iniciei naquela altura e que mantenho, teve como objectivo acima de tudo, o tratamento claramente perturbado do Sr Carlos Silvino, na altura em que o conheci, bem mais do que neste momento, julgo houve uma melhoria, acima de tudo no que diz respeito às crises de ansiedade e crises depressivas, mas talvez mais às ansiosas do que às depressivas porque as duas estavam juntos mas mais relevantes talvez sejam as de ansiedade acompanhadas de insónias, etc agitação, isso veio a melhorar gradualmente com a medicação. Estou convencido no entanto que se houver uma interrupção por exemplo da medicação ou se ela fosse alterada digamos intempestivamente ele teria de novo, porque isso já esteve quase a acontecer depois não aconteceu porque houve uma correcção à medicação mas ele voltaria de novo  portanto a sofrer da intensa ansiedade e perturbação que teve, que tinha tido quando eu o vi pela primeira vez, era digamos o estado inicial em que a terapia começou.

(...)

Por outro lado também, há aqui problemas que eu não tratei nem tentei tratar como disse há pouco e que seriam mais acessíveis à psicoterapia, a uma intervenção psicoterapêutica especializada, particularmente no que diz respeito à sua sexualidade, e também aos outros problemas da personalidade, porque na verdade o que me parece é que existe aqui uma situação de perturbação global da personalidade com aspectos, enfim, diferentes, mas que abrange a totalidade da sua personalidade

(...)

Portanto o prognóstico, só para precisar um pouco melhor, o prognóstico em relação à ansiedade, à depressão, é, enfim ainda que reservado, mas é possível nós intervirmos e ficar, como aconteceu neste caso, ficar melhorado desses sintomas; agora, em relação  às questões da sua personalidade perturbada e da sua sexualidade, isso é mais complexo e teria que haver uma intervenção mais específica.