Manter-me preso fez parte da estratégia - "Se está preso é porque fez alguma coisa".

Assim, mantiveram-me preso para depois investigarem. Como a investigação não conduzia a nada, a nenhuma prova, era necessário manter-me em prisão preventiva.

E como nada se provava era preciso prolongar o inquérito. Isso só é possível com a declaração de complexidade que permite chegar a um ano investigação e segredo de justiça. Foi isso que foi feito. E mesmo assim, chegámos ao julgamento com zero provas para além das declarações, dos depoimentos fantasiosos dos jovens.

A acusação não provou NADA: que os arguidos se contactavam ou que se conheciam, nem que contactavam Carlos Silvino nem as testemunhas. Também não consegue provar que os arguidos tenham estado nos lugares onde teriam ocorrido os abusos, nem sequer na cidade de Elvas onde afirma que ocorrereu a grande maioria dos crimes. As testemunhas contradizem-se a si próprias de forma descarada e incontornável. Carlos Silvino também não corrobora. É um processo de Fé!

Hoje em dia, acredito que muito gente, durante este último ano de julgamento, tenha passado a engendrar teorias e formas de me poderem condenar. Só argumentos retorcidos e leituras perversas da verdade podem levar a uma condenação. Manter-me nesta história é um acto deliberado de perversão da Justiça à sombra do que o nosso Código do Processo Penal permite.