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Os depoimentos que se seguem são da responsabilidade dos seus autores que foram devidamente identificados. A publicação destes testemunhos é feita com a sua autorização previamente expressa. Para memória futura:

1. Elvas - Rua Domingos Lavadinho

Meu Caro Carlos Cruz:

Uma informação porventura relevante para mais tarde.

Frequentei, durante mais de uma década, a Rua Domingos Lavadinho.

O meu cunhado, Alvaro Gomes Pacheco, director então do Hospital de Elvas e actualmente coordenador dos serviços de saúde do império Nabeiro, a minha irmã, médica e chefe de serviço no mesmo hospital, Ana Maria da Silva Pereira, bem como os meus sobrinhos, viveram no número 64 desta rua mais de uma década.

Rua com uma fila de vivendas, um descampado térreo em frente às vivendas, onde os meus filhos e sobrinhos jogavam à bola, e numa zona de prédios do lado direito do descampado, a gelataria Celnata, onde os putos comiam gelados e nós, os adultos, cavaquevamos na esplanada.

Centenas de vezes.

Passámos lá muitos natais, ano novo, íamos com frequência lá.

Os meus filhos passavam sempre férias na Lavadinho.

É uma simples fila de vivendas, onde qualquer movimento de carros ou pessoas não residentes era imediatamente sinalizada pelos vizinhos.

Na vivenda ao lado da minha irmã, havia um salãozeco de cabeleireiro.

Mal chegava por lá o meu carro ou dos meus pais, que também passavam férias ali, logo a vizinhança alertava irmã e cunhado:

"Estão cá os seus pais," ou "está cá o seu irmão".

Não conheci nem privei com a Dona Gerturdes.

A discrição daquela zona era de tal ordem que, uma vez, para um trabalho com a Helena Ramos da RTP, que jantou em casa da mana e cunhado, foi logo motivo de alarido na vizinhança.

Ninguém ali passava despercebido e toda a gente, em geral, se conhecia.

Mais a mais, numa vila pequena em que o director do hospital, que também era presidente do clube de ténis local, o meu cunhado, era uma figura reverenciada a quem todos contavam  tudo.

A chamada zona comercial ficava justamente no lado oposto da vila, perto do hospital.

Aí, sim, era natural que muita gente passasse incógnita, até pela costumeira invasão dos espanhóis às compras.

Na Domingos Lavadinho ERA MATERIALMENTE IMPOSSÍVEL.

O meu cunhado, que ainda vive em Elvas e durante o julgamento, teve oportunidade de me revelar o perfeito disparate das histórias da casa de Elvas.

Teríamos sido, porventura, boas testemunhas, qualquer de nós, porque conhecemos e vivemos tudo, conhecemos a situação e os hábitos.

Era apenas isto que tinha para te dizer.

Faz o uso que entenderes destes informações e podes, tu ou o teu advogado, obviamente checar todas estas informações.

Um abraço

2. Forças Armadas - Apartamento

Caríssimo,

Em resposta à sua resposta...

Eu estou convicto da sua inocência. Não por causa do site, mas porque algo no meu íntimo mo diz duma forma muito clara. Ninguém que fosse culpado aguentaria isto.

Em relação ao apartamento da Avenida das Forças Armadas, há algo que me está constantemente a vir à mente.

O Sr. Carlos Cruz deve saber que em tempos aqueles blocos eram uma residência de enfermeiras do hospital de Santa Maria. Ainda do tempo em que as enfermeiras não podiam casar.

Ora, em tempos fiquei com a impressão que conhecia a enfermeira que morava nesse apartamento, mas é algo que está muito confuso na minha memória. A minha mãe tirou o curso de enfermagem em 1974 e trabalhou no serviço de medicina do HSM em que trabalhava a que eu penso que era a moradora nesse apartamento (se não estou em erro). Não me lembro do nome dela, mas penso que vivia com mais duas enfermeiras, chamadas Rosa e Carmina, todas solteiras e residentes desde os anos 70 nesse apartamento (ou noutro muito próximo). A última vez que soube dessa senhora foi-me dito que tinha um cancro e penso que já morreu (por isso a associei ao que saiu na imprensa sobre a dona desse tal apartamento). Eu penso que posso estar a referir-me a essa pessoa por causa do prédio que é indicado nos croquis.

Se se tratar da mesma pessoa era impossível acontecer qualquer coisa de mais 'estranho' naquela casa, porque essas três enfermeiras  nunca deixariam que isso acontecesse. É de todo inverosímil.

Para além do mais estamos no centenário da República. E este processo é uma das coisas mais negras que Portugal produziu nestes 100 anos.

Um abraço profundo,

3. Forças Armadas - Escritório

Boa noite,

Gostava de deixar aqui, uma palavra de conforto e de confiança ao Carlos Cruz.

Desde o inicio deste processo, que tenho a certeza da sua inocência Não o conheço, é verdade, mas existem coisas que não se explicam, por e simplesmente tenho a certeza, desde o inicio, que o Carlos não tem nada com isto. No inicio, é verdade, que o defendia sem dados concretos, muitas vezes, fui "gozado/confrontado" por amigos, por ter uma opinião diferente dos "outros", mas a verdade, é que o sentia !!

A minha sogra é proprietária/arrendatária de um escritório, no edifício das Forças Armadas. Desde que a hipótese do edifício foi colocada, que ela me disse que era impossível tudo aquilo se ter passado ali, ela que no inicio de todo este processo, achava que o Carlos era culpado. Conhecendo como eu conheço o prédio, hoje tenho a certeza de que tudo não passou duma mentira. Gostava de lhe dizer que nunca precisei desta "prova", para "saber" que o Carlos nada tinha com isto.

Não queria aqui dissecar as minhas certezas, nem tão pouco me expor, têm simplesmente a ver com a minha experiência de vida e com a certeza de que as pessoas que o acusam, são pessoas doentes (no sentido positivo. ) e que precisam de ajuda. São "crianças" (eram crianças "muito crescidinhas") com grandes problemas em distinguir o que é real e o que é mentira, viver como viveram grande parte da vida, também não terá sido fácil. Esse foi de facto o seu azar !!

Um grande abraço,

P.S: Este email pode ser divulgado. Não sinto, nem nunca senti medo e ou vergonha de o apoiar nesta luta. Eu estou inequivocamente com o Carlos.

4. Elvas - Elvense

Exmo. Sr. Carlos Cruz:

Sendo eu elvense de gema e tendo sempre vivido em Elvas (até ir para a universidade) estou solidário consigo neste processo!

Nunca eu ou os meus amigos o vimos em Elvas, e sendo a cidade pequena de certeza absoluta que se alguém o visse toda a gente ficaria a saber. Além disso, nos fins-de-semana toda a juventude saía (e ainda sai) para a Cidade Jardim, o bairro mesmo ao lado da casa de Elvas que é referida no processo. Tanto à tarde como à noite há sempre gente no "Góis", "Sandochas" ou "Gaos" (bares), pelo que, se houvesse gente famosa ou carros potentes certamente a notícia se espalharia. Nunca chegou ao meus ouvidos tal informação, pelo que constato que todo este processo está muito mal explicado e, como tal, estou completamente solidário consigo.

Não conheço o Dr. Hugo Marçal mas conheço o seu filho Rui. Não acredito que o pai desse meu amigo seja quem dizem que é. Nunca se percebeu em Elvas o porquê do Dr. Marçal se ter associado ao processo. Acredito que talvez conhecesse o Carlos Silvino ou qualquer outro dos nomes envolvidos e, vendo que seria um caso bastante mediático quis aproveitar para se expor e ganhar alguma publicidade. Ganhou-a, mas pelos piores motivos. Ainda assim não acredito que tenha feito o que lhe acusam.

Assim sendo reafirmo que acredito que o senhor Carlos Cruz esteja inocente. Espero sinceramente que os culpados sejam desmentidos e que sejam punidos conforme o crime que tenham cometido. Acredito na Justiça e espero que seja feita! Se não o for na Terra, Deus encarregar-se-á de a fazer cumprir no Outro Mundo.

Um bem haja e cumprimentos à Família!

5. Forças Armadas - Vizinha (jornalista)

 

Antes demais quero felicitá-lo pela coragem, autenticidade, força que tem demonstrado ao longo destes penosos anos que tem vivido, e lembrar-lhe que a referência Carlos Cruz  nunca vai morrer!

Deixe-me apresentar sou (...),e sim morava no 2ºdto da Av. das forças Armadas lote-3 (actual nº111), curiosamente porta ao lado com a acusação (o tal apartamento das remodelações só feitas em 2001).

Enfim, antes de explicar o que me leva a escrever quero que saiba, que eu e a minha família acreditamos plenamente na sua inocência, talvez pelo meu pai lhe ter uma grande estima, mas de facto acho que nunca nos passou pela cabeça que não o pudesse ser. E com a acusação mesmo ao lado da nossa porta, mais o ficámos a saber. Na altura penso que devia ter uns treze anos, e como qualquer adolescente entrava e saia, sentava-me com amigas a conversar horas a fio á porta do prédio, saia até as quatro da manhã e ao chegar a minha mãe já estava à janela, e durante todo o tempo em que vivi nesse apartamento nunca, mas nunca vi algo que pudesse ser suspeito! Quanto muito seriam os meus amigos que entravam e saíam.

Como profissional [jornalista] segui as "pegadas" do meu pai e vim trabalhar para [Canal de Televisão]

(...)

6. Jornalista

 


Certamente que tem centenas de contactos através  deste seu site, porém, decidi após vários anos de lhe dar o meu apoio incondicional. Na altura do início das investigações do processo eu exercia a função de editor de Economia do Jornal \"Semanário\" e participei em reuniões conjuntas com jornalistas da TVI, tendo como intuito a entrevista a jovens que poderiam ter sido alvo de abusos sexuais.

Numa certa manhã, fui contactado por uma jornalista da TVI que queria efectuar nesse mesmo dia uma entrevista a um jovem casapiano, eu aceitei o repto. Deslocámo-nos a sede do jornal \"Semanário\" na altura no Dafundo e iniciámos a referida entrevista ao jovem.

Este mesmo jovem afirmava ter sido abusado em Elvas por várias personalidades públicas, onde constava o seu nome. Após cerca de 3 horas de perguntas e respostas, chegámos à conclusão que tudo o que o jovem afirmava era fruto de várias sugestões da própria PJ, nomeadamente um célebre dossier preto com várias fotografias de personalidades públicas, onde os jovens só tinham que apontar o dedo de quem "à priori" poderia ter sido um dos abusadores.

As próprias declarações do jovem não faziam qualquer tipo de sentido e eram claramente MENTIRAS ou mesmo SUGESTÕES. Desde a planta da casa de Elvas, ou mesmo alguns sinais no corpo que de alguma forma poderiam identificar os alegados abusadores.

Nunca fui contactado pela PJ ou outro órgão de investigação criminal enquanto a minha colega jornalista da TVI foi várias vezes contactada para esse efeito.

Devo confessar-lhe que no início das investigações eu estava céptico face as evidências apresentadas e acreditava que o Carlos Cruz poderia ser culpado. Todas as dúvidas desapareceram quando iniciámos o processo de entrevistas aos alegados abusados.

Cheguei mesmo a ser contactado pela chefe de Redacção da TVI na altura, para uma possível integração nos quadros da MediaCapital, recomendado pela jornalista que investigava o caso para TVI, dadas as minhas características agressivas de interrogação...

Espero que veementemente que o seu nome seja limpo, acredito piamente na sua inocência e gostaria de ver Portugal livre destes juízes que de alguma forma, fazem da investigação criminal numa nova Inquisição do século XXI.


 

7. Psicólogo Clínico (Psicólogo Clínico (assessor) no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Coimbra)

Chamo-me Paulo Figueiredo, sou Psicólogo Clínico, durante muitos anos responsável pelo Serviço de Psicologia Clínica do Hospital Psiquiátrico do Lorvão (HPL), Penacova, Coimbra.

Da minha vasta experiência clínico-terapêutica consta a participação activa num projecto pioneiro em Portugal relativo ao abuso sexual de menores, em tempo em que o tema estava absolutamente fora de qualquer abordagem em Portugal - desde os meios científico- técnicos aos \"mass media\". O projecto foi desenvolvido por alguns elementos do Centro de Saúde de Vila Nova de Poiares (em particular a Drª Filomena Freitas, directora do Centro de Saúde) e por mim. Do trabalho realizado decorreu (para além de uma importante reunião científica tida lugar em Coimbra) um trabalho científico intitulado \"Alice não está no País das Maravilhas : intervenção no abuso sexual de menores\", publicado in Psiquiatria Clínica, Vol. 22, nº 1, pág.s 151 - 158.

Neste contexto, observei abusados e, também, abusadores. São casos muito \"delicados\" do ponto de vista técnico, visto que diversas variáveis estão potencialmente envolvidas (obviamente quando não há outros indícios de prova tidos como objectivos, como sejam material biológico, testemunhos de adultos \"in loco\", entre outros - cenários de manipulação (que podem envolver \"pequenas vinganças\" por comportamentos prévios do acusado e/ou o elevado reforço social (vulgo \"atenção\") dirigido sobre a \"vítima\", habitualmente crianças/adolescentes com uma auto-estima muito baixa), sugestionabilidade (não é difícil que, com a insistente centração num \"facto\", venhamos a acreditar nele, sendo no entanto que nunca ocorreu) e fenómenos de \"falsas memórias\", estes amplamente verificados nas investigações de Colegas norte-americanos. É necessário MUITO cuidado e perícia técnica na avaliação das vítimas e do seu discurso - OBVIAMENTE, nunca um terapeuta de uma criança/adolescente vitimizada pode realizar qualquer avaliação a ela respeitante, por motivos éticos e técnicos. Aliás, tal é prática corrente nas perícias Médico-Legais e de Psicologia Forense realizadas nos hospitais - em muitos anos de responsável pelo Serviço de Psicologia Clínica do HPL NUNCA distribuí uma perícia a ninguém que fosse terapeuta do examinando. Estranho, pois, que tal tivesse sucedido com a perita do IML...

A verdade nestes casos - não havendo as tais\"provas objectivas\" que atrás citei - é, pois, muito difícil de ser atestada com uma margem de certeza absoluta. Isto é, dizer-se que \"o sujeito mente\" ou \"o sujeito não mente\" face a uma acusação por ele(a proferida é, tecnicamente, impossível - recorde-se que até o teste do polígrafo não serve como prova, já que se verificou que bastava o contexto em que é aplicado e a simples menção do facto de que o indivíduo é acusado para aumentar notoriamente os níveis de ansiedade, logo fornecendo falsos-positivos, ao mesmo tempo que os (ex) chamados psicopatas - agora denominados portadores de perturbação anti-social da personalidade - forneciam falsos-negativos pelas suas características de ausência de ressonância afectiva face aos crimes praticados. É, pois, estranhíssima a assumpção absoluta de \"as crianças não mentem\" debitada pelos Dr. Álvaro de Carvalho e Strecht Monteiro. Também é verdade que estamos em Portugal - em que um \"qualquer\" perito serve, mesmo que nunca tenha ouvido sequer falar num determinado assunto (muito) concreto - no caso, basta ser psiquiatra, e pronto...Mas a verdade é que a enorme maioria dos Psiquiatras e Psicólogos deste país apenas muito longinquamente tinham ouvido falar do abuso sexual de menores até ao \"caso Casa Pia\". Adivinho que, \"destacados\" para a investigação do caso, foram (muito) apressadamente ler \"umas coisas\" a este respeito...Ao Dr. Álvaro de Carvalho não se lhe conheciam tais saberes...E quanto ao Dr. Strecht era tão versado no assunto que em 7 anos de serviço na Casa Pia (segundo julgo saber) NUNCA se terá apercebido de nenhum caso ...!! Significativo, pois.

Eram, assim, estas reflexões que me levaram a escrever-lhe hoje. Como reparou, não teci qualquer comentário acerca de o Carlos ser culpado ou inocente - obviamente, os cuidados básicos a ter com a sua pessoa e com os abusados não me permitem ter opinião. No entanto, no outro dia, ao vê-lo numa entrevista na televisão, comentei que a sua postura me fazia lembrar a do casal McCain (pais da pequena Maddie) : \"Quem se comporta desta forma e com esta emoção, da duas uma - ou está ser vítima de uma enorme injustiça ou são pessoas capazes de mentir monstruosamente\".

Desejo-lhe boa sorte - e, muito em especial, que lhe seja feita justiça, de modo coerente e digno.

 

 

8. Ex Casapiano de 1982

E-mail recebido por mim em 26 de Abril de 2006

A minha resposta foi de agradecimento mas já tínhamos toas as testemunhas arroladas e pedi-lhe o contacto do Jaime (o autor da história da banhada em 1982 e que acabou a confessar que tinha sido uma "treta" como consta aqui provadamente no site e como depois foi reconfirmado em Tribunal). Infelizmente ele não tinha o contacto.

Caro sr Cruz
Devo começar por dizer, que apesar do impacto de toda esta situação na sociedade portuguesa, não tenho sido um seguidor atento a todo o desenrolar deste caso, mas com certeza que vou ouvindo e lendo alguns dos capítulos de toda esta chachada, pois no fundo e apesar de não constar  nos autos, fui um directo interveniente em alguns dos actos que vieram a dar origem a tudo isto.
Não me interessa a sua orientação sexual como também não me interessa a dos vizinhos do lado o que gostava de lhe dizer é se, com alguns episódios por mim vividos entre 1980-1982, poder ajudar a provar a inocência de seja quem for, que esteja a ser vitima de injustiça, fá-lo-ei com honra e com determinação sem qualquer interesse a não ser o da reposição da verdade.
Como lhe disse fui várias vezes a casa do sr Ritto na companhia alternadamente do Jaime, do Nelinho, do Orlando, do Paulo Lourenço etc, e de todas as vezes que lá estive nunca lá vi fotos nem do Carlos Cruz nem de ninguém, aquela casa não tinha qualqueres objectos de afinidade ou de valor sentimental, era como que uma casa de férias que só era habitada ocasionalmente intervalada de alguns períodos de tempo. Havia sim quadros, espelhos e móveis unicamente.
Também nunca lá vi orgias ou encontros que fossem para alem de 3 indivíduos; eu o meu colega e o sr Ritto. Nunca ninguém mais.
Com respeito ao Zé carlos, meu amigo, esse jovem, pelo menos até eu sair da Casa Pia (fins de 82) nunca andou metido nestas andanças, o que não quer dizer que não o tenha feito depois, não sei.
Com respeito à Teresa, ela começou por ser a namorada do J. Pimenta, mas nunca frequentou os ambientes em que o Jaime andava metido, a não ser por cerca de 2 dias em que ambos se evadiram do colégio e se refugiaram em casa do sr Ritto. Até eu sair do colégio tenho a certeza que só dessa vez ela  frequentou aquela casa e não foi para fins sexuais, pois o Jaime disse-lhe tratar-se da casa do tio.
Que me venha à memoria de momento pouco mais lhe posso dizer, acrescento com veemência é que se o sr andasse metido na casa do sr Ritto durante esse tempo hoje não estaria a receber o meu e-mail. Espero pois  poder ser útil no apuramento da verdade.
Direi sem medo e com verdade de que naquele grupo de jovens  o sr Carlos Cruz, nunca naquela altura foi referenciado ou falado como um homossexual, nem sequer se falava em tal nome.

cordialmente sou

 

R.P.

 

9. Psicóloga

Texto integral de mensagem recebida

Sou psicóloga há muitos anos, muitos dos quais passados em investigação universitária (Univ. do Porto e Univ. René Descartes-Paris V). , e é por isso que lhe escrevo estas palavrinhas, rapidamente. Este seu caso judicial interessa-me muito, porque, infelizmente, por experiência própria de vários anos em que tenho estado envolvida em processos judiciais, embora de temas completamente diferentes deste, tenho verificado que a Justiça, ao nível das várias instâncias, se comporta comigo exactamente do mesmo modo que consigo:

a) MP não conhece a palavra investigação, inventa para justificar as suas decisões tomadas a priori, à partida, antes da investigação começar, e depois tudo o resto - provas fornecidas, testemunhos, etc., tudo é adulterado, suprimido e construído para chegar ao desfecho por si previamente determinado;

b) TIC a mesma coisa, até desaparecimento de provas dos processos permite;

c)Tribunal, ipsis verbis: as provas objectivas e testemunhais que não interessam para a decisão previamente também tomada, são totalmente desvalorizadas, não contam, só  a dita "prova testemunhal" da parte contrária conta, nem que seja contraditória, de forma que, como imagina, a sentença que sai só dá como provados os factos que nunca se passaram na realidade, e todos os factos verdadeiros não são considerados provados pelo Tribunal... Pudera! E como eles se esforçam para justificar! Verá quando ler a sentença...

Conclusão: a Justiça funciona aqui dessa maneira, isto é corrente, banal, nos casos judiciais em geral e não apenas nos casos de abusos sexuais de menores. As excepções só confirmam a regra. É isso que me preocupa, tanto nos meus casos, como no seu. Já em 2009 me indignei com a Justiça no seu caso e até o escrevi no site do "Sapo", a propósito da notícia sobre a intervenção do Dr. Sá Fernandes "Os dez pecados mortais da investigação", identificada como "contra a corrente dos comentários"...

Bom, dito isto, passemos ao que interessa. Tenho seguido pela TV as suas declarações. Vi o Prós e Contras de 2ª feira passada. O Carlos Cruz tem estado muito bem, com muita força, serenidade e lucidez. Há uma coisa chocante para mim que são os depoimentos dos psiquiatras relativamente às crianças e que eu não posso deixar passar. Por isso lhe escrevo.

Muito rapidamente, trata-se, como sabe, da questão de saber se mentiram ou não podiam ter mentido. O psiquiatra (não me lembro do nome) na 2ª feira no Prós e Contras deixava claro que os jovens que ele acompanhou tinham um discurso coerente, para assegurar que não havia mentiras. E no programa ninguém desfez (você tentou, ao mencionar o Eça de Queiroz) a confusão entre as duas noções diferentes. Passou a ideia "científica" de que ter um discurso coerente é sinónimo de ser verdadeiro. Ora isso é totalmente mentira. Em próximas entrevistas, por favor desfaça este equívoco, porque este é um erro crasso que não se pode admitir nunca, muito menos em casos judiciais onde as provas objectivas (registos, locais, etc.) contradizem os testemunhos e onde os próprios testemunhos não coincidem entre si. Quanto mais não fosse, repare, se isso fosse verdade, então o comum dos mortais - que tem um discurso coerente, como sabe - não mentiria nunca!O que todos sabemos que também não é verdade!

Fico espantada (ou talvez não) que um psiquiatra possa fazer, como fez, essa confusão. Porque há inclusivamente quadros psicopatológicos, como, por exemplo, o da perturbação delirante, que se caracterizam precisamente pelo facto do indivíduo ter um discurso perfeitamente coerente, de contar coisas não bizarras, e ser difícil de detectar a priori que está a mentir dado o seu grau de coerência (leia-se ideias encadeadas logicamente, discurso fluido, normal, bem organizadas), embora sejam ideias falsas, factos falsos, que nunca se passaram, delirantes (sem correspondência com a realidade e desmentíveis pelas evidências em contrário), mas em que o sujeito insiste e que reitera, apesar disso. Aqui as ideias ou factos que ele passa não vêm dum juízo errado sobre uma situação qualquer que tenha vivido, ou duma percepção errada sobre um ambiente ou uma conversa. Não. Aqui vêm duma convicção. Sendo ideias ou factos pura e simplesmente não reais, irreais, de que ele está convicto, são construídas tendo em vista um objectivo (é intencional), nem que seja só psicológico (ex.: ser importante, ter a atenção de alguém, ser mais do que alguém, ter poder, ser desgraçado, ser superior aos outros, etc., etc., etc.), dependendo da situação em que ele está ou do que pretende obter com isso. Isto tem que ver com a personalidade do indivíduo, mais concretamente com o domínio afectivo, não com a inteligência ou com as competências cognitivas do sujeito. Mas estas, e a inteligência forçosamente, ajudam a construir fábulas. A memória ajuda a retê-las. Até que o sujeito se convence mesmo da situação que passa para ele a ser real.

Este é um dos quadros possíveis. Mas pode-se mentir sem ter este quadro psicopatológico, mesmo sem ter quadro psicopatológico algum. Há muitas maneiras de não dizer a verdade, ou seja, de mentir. O exemplo da comunicação social, como sabe, mas não só, é perfeito: omite o conjunto, que deturpa, e refere um aspecto particular dum todo, que passa a ser o todo para justificar a deturpação. Dizer coisas todas falsas com uma verdade ínfima à mistura dá a credibilidade total também a uma mentira construída. Quem é que não sabe isto?

Outra coisa, quanto à mentira das crianças (que também serve para os adultos), que seria bom referir: é mais frequente do que se pensa, mesmo em crianças equilibradas e com bons ambientes familiares. Isto não é sinónimo de que crianças desfavorecidas são mentirosas, atenção! Porque essencialmente - e isto tem que ver com dimensões que abrangem o funcionamento psicológico mas o ultrapassam também - a mentira toca, para além de tudo o mais, na formação de carácter, o interior de cada um, nomeadamente já nas crianças. Já reparou que mesmo muito pequeninos são tão diferentes também na tendência para a verdade ou para a mentira?

Outra coisa: o psiquiatra do Prós e Contras disse que foi terapeuta dos jovens já numa fase posterior a todos os abusos, mas que nunca falou com eles sobre essas experiências que relataram à Justiça, salvo erro. Disse também que no processo foi testemunha. Não disse de quê, nem de quem. Presume-se que foi testemunha das crianças para testemunhar que eles tinham um discurso coerente e portanto não mentiam. É importante desacreditar este testemunho pelas razões já ditas. Ele não pode cientificamente afirmar isso. Muito menos em Tribunal. E, portanto, o tribunal não pode aceitar o seu testemunho como garantia de credibilidade das crianças no que respeita aos factos relatados. (E é só por causa dos factos em questão que o tribunal se pode interessar pelas crianças, mais nada). O facto de serem psiquiatricamente seguidos no momento em que o foram - é preciso enfatizar isto - significa que estavam emocionalmente desequilibradas, caso contrário não precisariam de terapia psiquiátrica. É só isto que ele pode afirmar em tribunal, portanto, só isto o tribunal pode reter, para além do discurso coerente, e se quisermos estabelecer relações entre as características dos sujeitos e a veracidade dos factos que eles contam, então só podemos dizer que quando as pessoas estão desequilibradas emocionalmente podem sofrer alterações cognitivas (de memória, de coerência de discurso, de controlo das reacções emocionais - ex. agressividade, etc.), só isto é que pode ser dito por um psiquiatra. E nada de extrapolações de tempo (o psiquiatra não pode fazer extrapolações sobre o estado da criança, porque só viu o jovem e não a criança. Aqui o factor temporal é decisivo também). Muito há a dizer ainda. Já escrevi de mais, mas isto toca-me profundamente. 

Como já percebeu, estou consigo. O seu processo é escandaloso. A justiça portuguesa é uma caricatura. Foi por já saber isso, por experiência própria, que estou consigo há muito tempo, mas agora ainda mais. O movimento que disse que ia fazer para credibilizar a justiça portuguesa é essencial, porque a maioria dos portugueses não sabe o quanto ela é perversa. Agradeça a Deus ter um advogado excepcional de coragem e competência, cada vez admiro mais o Dr. Ricardo Sá Fernandes.

Cumprimentos,

Teresa Ribeiro

(9Setembro2010)

10. Para os que viram a cara para o lado

Jornal O Público -03.09.2010 - 07:48

Excerto da Reportagem:

"Prostituição de menores é o último acto das longas noites do Parque"

Por: Paulo Moura

Duas da manhã, silêncio absoluto no parque. O Carlinhos está sentado num banco de jardim da Alameda Edgar Cardoso, atento ao desfile dos carros familiares. A mãe pensa que está com a avó, a avó pensa que está com a mãe. Sérgio já partiu e já voltou. Foi buscar a mulher ao emprego, deu-lhe "assistência", deixou-a a dormir e veio dar uma volta. "Ela nem sonha que eu faço isto", diz. Estamos no intervalo entre o terceiro acto e o quarto. Só as tragédias têm 4 actos.

(...)

"Está a ver os carros que passam? São carros grandes, familiares, mas só trazem homens sozinhos. Isso quer dizer que eles têm família", diz o Carlinhos, 16 anos.

"Eu adoro o parque", declara Sérgio, 27 anos. "É aqui que tudo se passa. Isto é um mundo. Não é por dinheiro que eu venho para cá. É por prazer."

As actividades começam ao fim da tarde. Até lá, o Parque Eduardo VII é um lugar insuspeito. Mas ao pôr-do-sol coisas estranhas acontecem. Sentem-se movimentações a noroeste, algumas marcações de posição a sudeste. Funciona como um parque de diversões muito bem gerido. O programa é rico e variado, pelo que a organização é fundamental. Tudo tem de começar a horas, não há lugar para improvisos.

A hora do crepúsculo é uma espécie de transição. No Marquês de Pombal enfeixa-se o último tráfego da hora de ponta, enquanto pela Alameda Cardeal Cerejeira se apresentam as prostitutas. De meia-idade, cabelo oxigenado e saltos altos, ocupam os bancos da metade norte da Edgar Cardoso.

Com a noite chegam outras personagens. Saem de cena os namorados, entram os prostitutos a pé. Passa-se este segundo acto mais para o interior do jardim. Como não passam carros, os profissionais sentam-se nos bancos ou na relva e fazem olhinhos a quem passa. Ou colocam-se atrás de um tronco, masturbando-se com brio. É o caso de Sérgio. Cansado de estar horas no banco, recostado com as pernas abertas, vai até à árvore e junta o útil ao agradável, exibindo o seu instrumento de trabalho.

Quarto acto: os menores

Carlinhos vive em Chelas. Foi criado com a avó, porque a mãe não tinha tempo. Completou o 9.º ano e depois saiu da escola. Mas nunca trabalhou. "A minha família nunca me deu nada. Agora posso fazer a vida que eu quero." Os carros passam para cima e para baixo, cada vez em maior número. Na sua maioria são grandes, de gama alta, com um homem sozinho. "Já há dois anos que venho para aqui. Vim porque amigos meus me trouxeram. Eu via como eles ganhavam dinheiro, como falavam de telemóveis e motos, e também quis."

Os carros páram, para falar com os jovens, que não são mais de uma dúzia, de ambos os lados da rua. A procura em clara desproporção com a oferta. "Vou por 80 euros. Oral ou anal, 20 minutos, no carro. Às vezes dão presentes."

Os jovens que se prostituem aqui aparentam quase todos mais de 18 anos. Mas há alguns de 13 e 14, garante o Carlinhos. São do bairro dele e de zonas semelhantes. Alguns estão em instituições. Da Casa Pia e outras, acrescenta.

"Desde que começou a ser falado na televisão, isso diminuiu muito", diz Sérgio, referindo-se à prostituição de rua de alunos da Casa Pia. "Mas agora voltou. Há clientes, não há? Enquanto houver o negócio não pára."

Carlinhos diz que faz uma média de cinco clientes por dia. Aos fins-de-semana pode chegar aos 15. "Não quero ter uma vida triste. Nem andar a roubar. Prefiro estar aqui, onde me dão valor pelo que eu sou. Tenho amigos, sei que nunca terei problemas."

(...)

 

11. Mensagem

Continuam a chegar-me centenas de mensagens, diariamente. No seu conjunto são milhares. Quero aqui pedir desculpa por não poder responder a todas. Quanto às que incluem perguntas, então é mesmo impossível porque muitas delas implicam longas respostas. Prometo que um dia responderei. Mas leio-as todas com o conforto de verificar que pelo menos 98% são de apoio, incredulidade e medo dos cidadãos pela hipótese de um dia poderem vir a ser vítimas de uma situação idêntica. Por isso agradeço que me continuem a manifestar a vossa opinião.

Muitas das mensagens já chegaram depois das notícias sobre o Acórdão. E o tom é naturalmente o mesmo já que as pessoas descobriram o que eu tenho vindo a dizer: NÃO HÁ NENHUMA PROVA CONTRA MIM.

Embora o objectivo deste site não seja o de publicar essas mensagens (o site não é um fórum) abro uma excepção para um mail que recebi de um reputado criminalista por se tratar de um texto muito lúcido de alguém que já teve acesso ao Acórdão e que dele faz uma análise crítica que pode ajudar os leitores:

 "Muito pouco se resolve em Portugal de forma válida e correcta, essencialmente porque que a fraude consiste em criminalizar para validar o sistema, tanto fiscal como criminal.

Portugal está nesta miséria porque se praticam as maiores trafulhices, intencionalmente, ao mais alto nível. Por isso, aguardei até ao julgamento para verificar o fundamento das acusações do processo Casa Pia. E, objectivamente, verifico numa primeira leitura que não há fundamentação válida. Estou pouco interessado se o Carlos Cruz é pedófilo ou não. Interesso-me pelos elementos técnicos. Por exemplo, lamento que o colectivo de juízes «acredite» que fulano e beltrano fizeram ou não fizeram isto ou aquilo...Acreditar, dizem eles!!! Isto não pode ser! Acreditar é em Fátima. Isso foi o que me aconteceu com a famigerada EMEL Loures Parque, abençoada pela juíza Orlanda Marques e o procurador Rui Cardoso (também porta-voz do sindicato do MP, que se acobardou e mandou uma estagiária para a audiência!!!). Estes também «acreditaram» na pessoa do pedófilo José Paulo Cruz e nas declarações do fiscal!

Olhando para o que aconteceu agora no processo Casa Pia, verifico que o método é idêntico. Altos dignitários deste Estado servem-se do seu poder institucional para fazerem vilanias inaceitáveis...certamente para darem uma ideia de Justiça, castigando quem admite ser culpado,...para deixarem escapar os grandes criminosos. Depois pergunta-se:  Mas então não há pedófilos?  É claro que há, mas só interessa agarrar alguns; inocentes ou culpados é o que menos interessa, tudo para dar a ideia de que à força bruta do Estado não se pode resistir.

Esta é a realidade de Portugal. É difícil admitir que altos dignitários façam barbaridades deste teor. Vejam este exemplo, impensável já na Idade Média: até a forma como Raul Solnado falou aos Juízes, serviu para incriminar Carlos Cruz. Disse que nunca lhe passou pela cabeça que Carlos Cruz fosse pedófilo, mas não podia garantir que tal não fosse verdade. Raul Solnado não poderia ter dito outra coisa!!! E isto serviu como prova testemunhal de que Carlos Cruz é pedófilo. Ora, se qualquer um de nós for chamado como testemunha abonatória para um amigo, só poderemos dizer que nunca constatámos nada que indicie tal facto, mas não podemos garantir que tal não tenha acontecido. Eu não posso negar que Carlos Cruz não seja pedófilo. Eu só posso afirmar que as provas que o Tribunal apresenta não provam rigorosamente nada, antes pelo contrário, indiciam uma forma persecutória descarada. Se cada vez que uma criança acusar qualquer um de pedófilo e tal situação for validada, mesmo com um mar de contradições, em breve qualquer um vai parar à prisão, sem saber como nem porquê. Mas mesmo assim percebe-se bem que gente graúda se vai safando à conta desta forma de actuar.

É importante que todos pensem que um dia lhes pode acontecer a mesma situação e que não terão hipótese de se defender deste tipo de actuação do nosso sistema de justiça actual. É só esperar!!!!

É preciso dizer claramente que fazer Justiça significa apenas defender os justos. Quando há provas incriminatórias temos de exigir a sanção. Mas farsas para justificar o dinheiro gasto com uma investigação de que até um estagiário de direito se arrepiaria de ter levado a cabo, isso não! Já foi assim com o «caso Joana»; tentaram intoxicar-nos de novo com o «caso Maddie» através do amplificador de certa PJ, o Correio da Manhã. Esperemos que não se volte a repetir o mesmo com o «rei dos gnomos»!!!

Agora o sistema já treme e quer amedrontar os condenados quando estes publicam os filmes daqueles reconhecimentos «criminosos» na casa de Elvas e na das Forças Armada...

A mentira é descarada. Condenem os «pedófilos», mas não os empurrem para a forca através de uma autodenominada comunicação social..

Os Pedófilos existem mesmo e devem ser «tratados» sem contemplações. Apenas é preciso não incriminar sem provas tecnicamente válidas. E que vergonha para a PJ, deixar-se levar assim neste barco por meio litro de mel coado...

Vamos lá todos ler os «fundamentos» para podermos discordar uns dos outros se for preciso, e para melhor preparar a limpeza de grande parte desta gentinha da Domus, acima de qualquer suspeita... "

11. Vizinha do Apartamento da Av das Forças Armadas

Recebi um e-mail da habitante do apartamento mesmo ao lado daquele em que o Tribunal decidiu que eu teria praticado dois crimes. Como o Tribunal afirma que foram de noite mas inventa "meio de transporte não apurado", "meio de comunicação não apurado", "um dia indeterminado", ignora o pormenor da porta das tarseiras, a investigação não foi feita no local, não houve reconhecimento do interior do apartamento, não foi lá levado o suposto abusado para o reconhecimento mas apenas o Carlos Silkino e apens ao hall do andar, os desenhos feitos não correspondem em nada ao local, este depoimento é extremamente importante, já que o Tribunal decidiu que os crimes foram cometidos de noite.

Diz o seguinte o mail que recebi:

 

Boa noite Sr Carlos Cruz

A razão do meu comentário prende-se somente com o meu dever de cidadã, não deixar e não aceitar de maneira alguma que actos destes sejam praticados pela justiça do meu pais. É VERGONHOSO! NEM QUERO ACREDITAR!

Acabei de visualizar as imagens de reconhecimento ao prédio e só me deu para rir, só faltou o Sr Bibi dizer que tinha entrado em minha casa. Que horror, como é possível fazerem isto?

Resido desde 1998 no prédio da avenida das forças armadas, mesmo ao lado do apartamento em que  o Sr Carlos Cruz é acusado.

Sou casada e tenho 2 filhos, acompanhei sempre os meus filhos, entrava e saia do prédio a qualquer hora e nunca vi o Sr Carlos Cruz ou outros rapazes que me fizessem desconfiar, (e sou muito desconfiada). Pergunto, como é possível isso ter acontecido? A partir das 6 da tarde reina um silêncio total, devido ao prédio ser na sua maioria ocupado por escritórios.

O barulho do elevador é audível  no meu apartamento, assim como vozes e fechos de portas por isso é impossível não ter dado conta.

Relativamente à Senhora que vivia nesse andar da acusação, era uma senhora com muita idade, penso que vivia sozinha porque nunca ouvi qualquer barulho naquela apartamento por mínimo que fosse, salvo um chilrear de um passarinho que ouvia quando eu saía ou entrava em minha casa. Como é possível eu, como vizinha, não ter dado por nada?

Fui ao tribunal como testemunha, e disse a verdade, não tenho nada a esconder, nunca vi ninguém suspeito, muito menos o acusado. No tribunal, fui interrogada pela juíza, que me fez as perguntas que entendeu, muito educadamente. O mesmo não posso dizer do advogado José Maria Martins que me interrogou, quase insultando e com mentiras, chegou ao cúmulo de dizer que as obras de minha casa tinham sido pagas pelo Sr Carlos Cruz. O Dr. josé Maria Martins esqueceu-se foi de fazer o trabalho de casa, que era ir ao Banco e ver a dívida do dinheiro que pedi  ao  para as obras. Para a próxima, exijo mais respeito, não se pode brincar com a dignidade das pessoas e foi isso que esse senhor fez. Primeiro investiga e depois condena, é assim que deve ser.

Que investigação foi feita? Que eu saiba, nunca ninguém, da parte da investigação

(Ministério Público) esteve naquele prédio a falar com os moradores. Não era importante? Ou só é importante o depoimento da acusação? Não é justo!

É ASSIM QUE É FEITA A NOSSA JUSTIÇA?

LAMENTO!

HOJE SÃO ELES, AMANHÃ SOMOS NÓS

Uma última palavra para a mulher do  Sr Carlos Cruz, muita força e quero lhe dizer que neste prédio das Forças Armadas tenho a certeza que não se passou nada, para mim é tudo uma grande mentira.

Estou ao vosso dispor

 

Pergunto eu: também aqui o Tribunal encontrou "ressonaância da verdade"

 

45. Um Testemunho Esclarecedor (ainda mais)

O conteúdo desta página deveria, por lógica, ser colocado na secção TESTEMUNHOS. No entanto, pelo que diz e mostra, resolvi colcá-lo aqui porque fica mais perto do nº 40 e assim podem comparar-se as fotos e os vídeos com a fotografia que esta senhora me enviou sem ter que andar de uma secção para outra.

Ela demonstra de uma forma claríssima a mentira de Carlos Silvino sobre os percursos que teria feito mas que nunca fez porque nunca esteve ali.

Esta leitora, como se pode ver pelo texto autorizou a divulgação do seu nome. Resolvi não o fazer e colocar apenas as iniciais para que não fosse alvo de qualquer incómodo por estar a defender a verdade.

Aqui tem os seus mails:

 

Boa tarde Sr. Carlos Cruz,
É a terceira vez que lhe escrevo e desta vez faço-o para comentar os vídeos sobre os estacionamentos, entradas e saídas de Elvas, visto residir nesta cidade.
É de facto um absurdo!!!!!!!!!! As declarações que são feitas por qualquer um deles é chocante, pelo menos deveria ser para quem aqui vive e conhece esta tão famosa zona da cidade, a conhecida \"Zona dos bares - Cidade Jardim\".
Primeiro porque motivo deixariam os carros ou o Sr. Silvino deixaria o carro na Rua de Portalegre (Foto da PJ - o gradeamento verde escuro que se vê, do lado esquerdo é a Escola Secundária), quando teriam de andar uns 150 metros até casa da D. Gertrudes, sendo que em frente das casas há sempre estacionamento e aquele descampado serve exactamente para isso?(Digo isto porque sou cliente assídua da Marisqueira-cervejaria Lusitana que dá para esse descampado, e este  está sempre lotado de carros portugueses, espanhóis - pessoas que vão à marisqueira????) Esta marisqueira é provavelmente um dos restaurantes da cidade com mais movimento, exactamente porque se situa na zona mais nobre e movimentada da cidade! Estranho nunca ninguém ter dado por estes carros, NÃO?????? Mais ainda, ao fundo da rua da D. Gertrudes existe um quiosque - GOLITA - muitíssimo frequentado por jovens, todo o dia, durante todos os dias da semana...Iriam deixar o carro e "despejar" os miúdos ali????? Isto só é credível para quem não reside em Elvas!!!
O primeiro estacionamento que o Sr. Carlos Silvino refere é MESMO em frente à anterior Marisqueira que falei, que por sua do lado esquerdo, é a zona MAIS MOVIMENTADA da cidade onde existe, entre outros, o Nautilus - bar mais antigo da cidade sempre super lotado desde manhã até altas horas da madrugada. Esta zona, conhecida como Zona dos Bares ou Cidade Jardim, só é a zona de mais movimento e o Sr. Silvino estacionaria ali, sendo que mesmo à porta da D. Gertrudes teria tantos lugares???? É que aquele descampado tem uma entrada de um lado (mesmo em frente aquele prédio recente branco, vermelho e amarelo) e ao fundo da rua Domingos Lavadinho, por onde o Sr. Bibi afirma ter saído tem uma nova entrada para este descampado, que aqui em Elvas é conhecido como Parque, porque toda a gente estaciona ali...
Depois as saídas de Elvas....Por amor de Deus, isto é de bradar aos céus!
Primeiro no final da rua era impossível o Sr. Silvino virar à esquerda....Poderia tê-lo feito para sim, ir até ao Chimarrão, mas teria primeiro que ter virado à direita e depois à esquerda, mas sendo assim como passaria por baixo dos Arcos (AQUEDUTO DA AMOREIRA - ex-libris de Elvas???)
Percebo perfeitamente a insistência do Dr. Gonçalves Silva, porque é ridículo ele referir que indo pela estrada do Chimarrão, teria passado por baixo dos Arcos...COMO? E porque razão passaria por baixo dos Arcos??? Porquê? Ele não regressava para Lisboa??? É que passando por baixo dos Arcos está a ir para Portalegre.... Para Lisboa é a Avenida de Badajoz que quem entra na cidade vê o Aqueduto ou Arcos do seu lado esquerdo e quem sai (para Lisboa) vê do seu lado direito!
E quem conhece bem a cidade, não entende porque razão o sr. Carlos Silvino andava às voltas e voltas para sair da cidade (indo pelo Chimarrão, quando a casa da D. Gertrudes é a 200 metros desta Avenida de Badajoz que por sua vez dá lugar à Estrada Nacional de regresso a Lisboa e também à Autoestrada....
É de facto gritante....


Sr. Carlos Cruz,
Reenvio novamente a foto com novas notas para entender os trajectos.
A azul está assinalado o percurso mais lógico, que qualquer comum mortal faria, porque é o que tem mais acessos e segundo o que entendi, se o Sr. Bibi deixava os meninos na Rua de Portalegre, era por onde chegava CERTO? Então porque raio faria ele outro percurso para regressar???? Para se esconder????  Não faz sentido se afirma que estacionou mesmo em frente à Marisqueira Lusitana (se aqui estacionasse era mesmo para ser visto!)
No entanto, ao fundo da Domingos Lavadinho existe um outro acesso. Existe ali uma estradinha muitíssimo estreita que só quem aqui reside conhece, porque quem olha para o fundo da rua não a consegue ver. Assim, o Sr. Bibi poderia ter passado por este trajecto, mas teria que ao fundo da rua, sabe Deus como, ter feito aquela curva apertadíssima, seguir um pouco em frente e na 1ª estrada à esquerda virar, para então passar junto ao Chimarrão a mais ou menos 1Km dali. Mas então e a rotunda????
É que a rotunda situa-se no trajecto azul! E os Arcos?????
Enfim....
Mais uma vez desculpe pelo pobre esboço, mas francamente não sou grande fã nem nenhuma expert neste campo!
 
Espero que se faça justiça, não só por si, mas também pelas pessoas que conheço, como o Sr. Dr. Hugo Marçal, amigo de meu pai e advogado da familia e D. Gertrudes, que viu o seu nome ser manchado e sofreu imensas represálias numa cidade provinciana como esta!
 
Desejo-lhe toda a força do mundo e continue a sua luta, porque muitos estão consigo e com a verdade!
Um abraço apertado para si e toda a familia 
AC


Boa tarde, Sr. Carlos Cruz,
Claro que pode colocar o meu email no seu site e se quiser pode colocar a minha identificação também, porque não tenho qualquer problema em assumir uma virgula que seja do que lhe disse.
Boa sorte....
cumprimentos,
ac

 

E agora a foto com as notas que ela explica