Processual > As Obras na Casa de Elvas

A "fuga para a frente" de JPL e Francisco Guerra quando foram fazer o reconhecimento da casa de Elvas onde nunca estivarem, foi tentar tapar uma mentira com outra mentira: afimaram que estava "tudo mudado, que a casa tinha sofrido obras desde o an0 200 para cá!" Patético e ridículo:a casa continua igual à data em que foi construida (1982) conforme se pode verificar pelas plantas que se enocontram depositadas na Câmara Municipal de Elvas

 

 

***

Comecemos pelas conclusões do próprio Tribunal confrontado com tal fantasia:

  

Pág. 1255 do Acórdão (o sublinhado é meu): 

 

Recomendo ainda rever os vídeos da inspecção feita ao local que se encontram na secção "Vídeos" do site. Aqui ficam dois fotogramas para relembrar

  

 

 Testemunhas que depuseram em Tribunal

  

Eduardo Ildefonso em audiência de julgamento de 22 de Janeiro de 2007

Construtor da casa de D. Gertrudes bem como de muitas outras na mesma rua

Dr. Manuel Silva - O mestre Eduardo voltou aquela casa recentemente?

Eduardo Ildefonso - Voltei sim Sr.,  para ter uma certeza do que aqui vinha dizer, eu voltei lá

Dr. Manuel Silva - Quando?

Eduardo Ildefonso - Ó Sr. Dr. foi na semana passada

Dr. Manuel Silva - Ai teve lá na semana passada?

Eduardo Ildefonso - Tive sim Sr.

Dr. Manuel Silva - O que é que viu lá, foi o que o Sr. fez, ou tinham alterado a sua obra?

Eduardo Ildefonso - Nada Sr. Dr., tudo que eu fiz, é tudo o que está lá. Não houve a mínima alteração em coisa nenhuma.

Dr. Manuel Silva - A escada do primeiro andar

Eduardo Ildefonso - É uma escada em mármore que eu fiz do rés-do-chão para o primeiro andar. É a escada que lá está.

Dr. Manuel Silva - Mestre Eduardo, uma coisa que já aqui tem levantado problemas, ou já alguém levantou aqui problemas, aquela casa tem um sótão.

Eduardo Ildefonso - Tem sim Sr.

Dr. Manuel Silva - E esse sótão como está? Foi o Sr. que o fez?

Eduardo Ildefonso - Fui eu que o fiz sim Sr.

Dr. Manuel Silva - Porque é que fez aquilo assim?

Eduardo Ildefonso - Sr. Dr. antigamente o  Sr. conhece-me ali há mais de trinta anos a  construir, e naquela zona fiz quase aquela parte da Piedade, fiz eu  quase toda. E então, era por hábito, por intermédio do Sequeirinha que não fazia nada, aproveitava os sótãos para quê ? Dava mais acesso ao telhado, partia-se uma telha, levava uma placazinha tornava o primeiro andar mais fresco, e eu continuei a fazer os sótãos, era um bocadito mais rentável, pois sempre recebia mais alguns tostões enquanto fazia sótãos. A Dª Gertrudes também tem lá um sótão.

Dr. Manuel Silva - Portanto, o sótão também está, como foi feito por si?

Eduardo Ildefonso - Tal e qual. Eu estive lá a ver, tive a preocupação antes de vir aqui, ir ver tudo por tudo. Para não vir aqui dizer coisas que não devo dizer.

Dr. Manuel Silva - Portanto o Sr. pode assegurar ao tribunal que não  há nenhuma modificação?

Eduardo Ildefonso - Eu posso jurar por tudo, que não há, modificação nenhuma.

Paula Monteiro em audiência de julgamento de 4 de Dezembro de 2006

Filha e vizinha de baixo da D. Gertrudes

Dr. Ricardo Sá Fernandes - Desde que a senhora foi para aquela casa.... aquela casa teve obras de estrutura? Ou mantêm a mesma configuração desde que a Sr.ª se recorda?

Paula Pragana Nunes Monteiro - A casa da minha mãe nunca levou qualquer tipo de obras... sempre a conheci assim como está, com as mesmas paredes... com tudo igual.

Dr. Ricardo Sá Fernandes - A escada interior de casa da sua mãe que liga o hall de entrada ao primeiro andar foi sempre assim?

Paula Pragana Nunes Monteiro - Sim... foi sempre assim.

Dr. Ricardo Sá Fernandes - Não foi de madeira e substituída para pedra?

Paula Pragana Nunes Monteiro - Não... nunca.

Dr. Ricardo Sá Fernandes - Não foram abertas portas? Fechadas obras?

Paula Pragana Nunes Monteiro - Não houve absolutamente nada.... mas nada... tocado em casa da minha mãe e quem construiu a casa da minha mãe poderá justifica-lo tanto como é neste momento.

Ana Umbelina em audiência de julgamento de 18 de Outubro de 2006

Vizinha do lado de D. Gertrudes desde 1990

Procurador - Minha senhora peço desculpa, a senhora está-me a dizer que nunca viu lá, nunca deu conta que lá tivesse havido obras nenhumas?

Ana Umbelina -  Sim.

Procurador - Também não, nunca viu obras lá?

Ana Umbelina -  Não

Procurador - Fazerem nada?

Ana Umbelina -  Nada.

Juíza Presidente -  Nunca viu andarem a fazer pinturas ou mudar azulejo, arranjar

Ana Umbelina -  Não mudar azulejos não. Nunca vi nada.

Juíza Presidente - Pinturas, arranjar a casa de banho a cozinha, nada?

Ana Umbelina -  Nunca vi nada não

Procurador - Como é que eram as escadas?

Ana Umbelina -  As escadas?

Procurador - Sim.

Ana Umbelina -  São em pedra

Procurador - São em pedra? Sempre foram assim?

Ana Umbelina -   Sempre foram assim.

Procurador - Tem a certeza? Minha senhora, pergunto-lhe porque parece pela sua expressão que está a hesitar, que não tem a certeza.

Ana Umbelina -  Sim eram todas em pedra porque é tudo pedra mármore. Mesmo cá de baixo dessa, logo da entrada é tudo pedra mármore.

Procurador - Sim

Ana Umbelina -  É tudo em pedra mármore.

Procurador - E sempre foi. E isso que eu lhe estou a perguntar. Parece que hesitou quando, a senhora dirá, mas parece que hesitou quando eu lhe perguntei se sempre tinha sido assim.

Ana Umbelina -  Sempre tinha sido assim. Pedra mármore.

Dr. Álvaro Pacheco em audiência de julgamento a 11 de Janeiro de 2007

Vizinho de D.Gertrudes desde 1983

Dra. Maria João Costa - Senhor doutor, última questão... o senhor apercebeu-se, desde que lá vive este casal, a Sra. D. Gertrudes e o marido e os seus filhos, que tenham sido feitas obras na casa?

Dr. Álvaro Pacheco - Não, nunca. Posso afirmar que não foram realizadas, que nunca vi. Que a pessoa... é uma terra pequena onde a pessoa entra e sai várias vezes e obras não teriam passado despercebidas.

Dra. Maria João Costa - Teria tido essa percepção?

Dr. Álvaro Pacheco - Pois.

Dra. Maria João Costa - E teria ouvido? Ouve-se?

Dr. Álvaro Pacheco - Ouve-se.

Dra. Maria João Costa - As paredes são paredes meias...

Dr. Álvaro Pacheco - Sim. E ouve-se perfeitamente, sim.

Dra. Maria João Costa - e ouve-se perfeitamente. Portanto, obras que tivesse existido, nomeadamente, de escadas, mandar paredes abaixo, tectos, etc., modificações internas da casa, o senhor doutor ter-se-ia apercebido? 

Dr. Álvaro Pacheco - Sim, até o simples subir as escadas, se tiverem escadas, a pessoa tem a noção que o vizinho está a subir ou está a descer as escadas.

Dra. Maria João Costa - Até isso se apercebe?

Dr. Álvaro Pacheco - Sim.

Dra. Maria João Costa - então se houvesse um grande movimento de pessoas dentro de casa, mesmo sem serem obras... era habitual este casal ter muita gente dentro de casa?

Dr. Álvaro Pacheco - Não.

Ana Mexia em audiência de julgamento de 22 de Janeiro de 2007

Empregada doméstica do vizinho do lado de D. Gertrudes

Dr. Manuel Silva - Pois... contactava com frequência  com a D. Gertrudes?

Ana Mexia - Sempre, sempre

Dr. Manuel Silva - Ia a casa da D. Gertrudes?

Ana Mexia - Com muita frequência

Dr. Manuel Silva - Porquê? Por ser uma pessoa  amiga, por ser uma vizinha?

Ana Mexia -  Sim uma pessoa amiga

Dr. Manuel Silva - Ou havia algum motivo especial para ir lá?

Ana Mexia - Não, não.... por ser mesmo uma amizade e é uma pessoa encantadora, pronto... houve ali uma amizade que começou nascer e até hoje....

Dr. Manuel Silva - Portanto  entrava com frequência em casa dela... Durante este período... conheceu alguma alteração da estrutura da casa da D. Gertrudes?

Ana Mexia - Não

Dr. Manuel Silva - Interior?

Ana Mexia - Não, nada

Dr. Manuel Silva - A casa que conheceu é a mesma que ainda conhece hoje?

Ana Mexia - Exactamente

Dr. Manuel Silva - As divisões são iguais?

Ana Mexia -Exactamente

Dr. Manuel Silva -Houve obras ao nível do primeiro andar ou do segundo andar?

Ana Mexia - Nada. Ao menos que eu me tivesse apercebido, nada

António Marmelo em audiência de julgamento de 22 de Janeiro de 2007

Residente de Elvas e frequentador da casa de D.Gertrudes

Dr. Manuel Silva - A escadaria traseira que dá acesso d cozinha ao quintal recorda-se dela?

António Marmelo - já nessa altura era onde nós levávamos as crianças, era aí sempre por trás, nunca frequentámos a porta da frente, íamos sempre por trás

Dr. Manuel Silva - E essa escada, já nessa altura como era? Era fechada totalmente, era com um gradeamento?

António Marmelo - Era como estava... como está

Dr. Manuel Silva - Como é que está?

António Marmelo - Portanto está com um gradeamento

Dr. Manuel Silva - de metal?

António Marmelo - de metal

Dr. Manuel Silva - Portanto não tinha nenhum muro, não era uma escada fechada

António Marmelo -Não, não

Dr. Manuel Silva -Alguma vez viu a escada que dá acesso desse andar onde estavam os miúdos ao andar superior? A escada interna?

António Marmelo - Sim, sim, sim

Dr. Manuel Silva - É uma, a escada de mármore que vai para os quartos. Foi sempre a mesma?

António Marmelo - Foi sempre a mesma

Orlanda Póvoa em audiência de julgamento de 17 de Setembro de 2007

Inquilina de D. Gertrudes desde Dezembro de 2000 até Setembro de 2003

Drª. Maria João Costa - ... Durante o tempo em que esteve hospedada em casa da D. Gertrudes foram efectuadas obras naquela casa?

Orlanda Póvoa -  Não

Drª. Maria João Costa - Não?

Orlanda Póvoa -   Pinturas feitas pela D. Gertrudes sim. Obras, não

Drª. Maria João Costa -Não

Drª. Maria João Costa  - Alteração do pavimento?

 Orlanda Póvoa -Não.

Drª. Maria João Costa - Os azulejos nas escadas ou a falta deles

Orlanda Póvoa -   Foram sempre os mesmos

António João Pires em audiência de julgamento de 22 de Janeiro de 2007

(Este senhor é amigo da família, há 20 ou 30 anos, e é visita regular lá de casa)

Dr. Manuel Silva - A construção da casa foi acompanhada por um cunhado, que é quem?

António João Pires - É irmão do marido da Dª Gertrudes

Dr. Manuel Silva - Sabe o nome dele?

António João Pires - Joaquim José Nunes

Dr. Manuel Silva - A casa foi objecto de obras interiores?

António João Pires - Não Sr. Dr. O que está na casa, para mim, é original. Foi da construção,  é tudo o mesmo material. Nada foi alterado e conheço a casa perfeitamente. Nunca houve mexidas na casa. A casa era nova.

Dr. Manuel Silva - As escadas internas que dão acesso ao sótão, aquela parte onde estão os quartos cá em cima, estão iguais?

António João Pires - São iguais

Dr. Manuel Silva - Foram sempre assim?

António João Pires - Foram

Dr. Manuel Silva - Como são?

António João Pires - O piso de cima, digamos, é alvenaria

Dr. Manuel Silva - Cimento?

António João Pires - Cimento, pedra mármore branco e por baixo alvenaria

Dr. Manuel Silva - No hall de entrada as paredes são revestidas? Há algum lambrim de azulejos ou

António João Pires - Que me lembro é o lambrim de azulejos

Dr. Manuel Silva - Esse lambrim de azulejos foi alterado?

António João Pires - Não não, alteração não houve nenhuma e certeza

Dr. Manuel Silva - As escadas que dão das traseiras, acesso à cozinha, da cozinha para o quintal como são? Recorda-se?

António João Pires - São em armação de ferro, e pedra mármore branca, nos degraus

(...)

Dr. Sá Fernandes - O Sr. capitão, eu não percebi bem, dormia lá às vezes?

António João Pires - Dormia. Agora estive lá onze dias.

Dr. Sá Fernandes - Sim, mas ao longo destes anos, dos últimos dez anos de vez em quando dormia lá?

António João Pires - Pois e com frequência

Dr. Sá Fernandes - Dormia em que andar?

António João Pires - No primeiro andar

Dr. Sá Fernandes - Como é que é a escada para o primeiro andar?

António João Pires - É como tinha acabado de dizer. É uma escada de alvenaria, com mármore branco

Dr. Sá Fernandes - Foi sempre assim?

António João Pires - Sempre

Dr. Sá Fernandes - E essa escada de dentro foi sempre assim?

António João Pires - Sempre assim. Tudo o que lá está.