Processual > F. Guerra, JPL e LM Denunciam Colegas que Negam Tudo

Quando fui preso a investigação havia ouvido 120 pessoas das quais se retiram apenas o depoimento de três jovens, cujas versões dos factos não coincidem. Cuja informação que forneceram não foi verificada.


Existe um reconhecimento feito por Francisco Guerra do dia 8 de Janeiro de 2003 que eu acredito nunca ter acontecido, ou seja, nem sequer verificaram os locais que os jovens referiam.


Rui Teixeira diz que não havia dúvidas da minha culpabilidade porque Francisco Guerra havia fornecido o meu número de telefone - o número fornecido não era o meu.


Dezenas de rapazes que eram indicados por estes três jovens foram ouvidos e negaram qualquer envolvimento ou sequer irem a Elvas.


Professores e funcionários escreveram relatórios e depuseram afirmando que Francisco Guerra é mentiroso e também sobre o carácter e historial dos outros dois jovens. Os relatórios foram escondidos. Os processos individuais ficaram esquecidos. E o facto dos três se conhecerem e terem partilhado quarto e aulas também foi escondido.


Em termos de corroboração há ainda que mencionar que Carlos Silvino também negava, à data da minha prisão, o meu envolvimento ou sequer qualquer tipo de relacionamento comigo.


A própria Direcção da Policia Judiciária opôs-se à minha prisão de forma veemente.


Porque é que me prenderam? Porque me condenam sem provas baseados em "ressonâncias" subjectivas?
A estas perguntas tentarei dar resposta, em breve. Para já ficam os registos.


Francisco Guerra deu início, juntamente com JPL e LM a toda esta história. Ele foi o "Grande Informador" ajudado principalmente por JPL. E no seu encalço, a investigação partiu de prisões para uma (não) investigação, onde não encontrou prova nenhuma.

Deixou-se arrastar, euforicamente, pela palavra destes rapazes cujo perfil e historial merecem ser aprofundados.

A investigação procurava uma corroboração da existência de uma rede de gente famosa.

Para os investigadores, os depoimentos de Francisco Guerra e JPL eram essa corroboração.


Ingenuamente, ou não, foram levados, enganados. Após a minha prisão, não podiam recuar depois de todo o alarido criado na comunicação social. Só podiam proteger-se com fugas para a frente. Tudo isto será mais claro, em breve.

A investigação do Processo Casa Pia é um "case study" que merece ser esmiuçado.


Antes de eu ser preso, Francisco Guerra, em 4 depoimentos, fala de 28 colegas que teriam participado nestes "esquemas". Dos 28 colegas mencionados:

-3 nunca foram ouvidos.
-9 só foram ouvidos após a minha prisão.
-11 dos que foram ouvidos antes da minha prisão negam peremptoriamente o envolvimento em qualquer tipo de "esquemas".
- 3 dos que foram ouvidos antes da minha prisão dizem ter sido vitimas internas apenas de Carlos Silvino.
- Alguns dos que foram ouvidos afirmam terem sido abusados por colegas

Ouvido especificamente para este efeito, o de buscar corroborações, o Inspector José Alcino ouviu em 13.01.03, Francisco  , que aponta uma série de nomes de colegas que andariam metidos no "esquema". Fica aqui o Auto de Declarações.

 

  

  

Os nomes substituídos por iniciais são os que acabaram por ser assistentes nos dois Processos (o do Carlos Silvino, a vermelho, portanto os que o acusam apenas a ele, e os do meu processo, a preto).

Os nomes sublinhados são outros nomes apontados por Francisco Guerra e em relação aos quais foi interrogado em Julgamento. Compare as declarações e conclua.

Vamos ver por ordem, as declarações prestadas por estes alunos à PJ e/ou Ministério Público. Basta clicar em cada um dos nomes a azul.

Helder Gonçalves

Aires Monteiro

Emanuel da Conceição Carvalho

Telmo Moita nunca foi ouvido.

João Pedro Costa

Fernando Nunes

Sérgio Gomes

Jorge Veiga

Augusto

Luís Escumalha

José Araújo

João


Francisco Guerra em   27.01.03, com o estatuto de "Grande Informador"  resolve apontar ainda mais nomes de colegas:

 

 

Vamos então ver também estes

Luís Tavares

Sandro Rafael Lopes

Marcos Silva ou Marcos Santos

 

Finalmente: Francisco Guerra, denunciou ainda à PJ e em 8 de Janeiro de 2003 (o tal dia já referenciado aqui no site como muito estranho) à Drª Catalina e por escrito, os irmãos Toni e . Trata-se de António e José Ferreira dos Santos.

Carta a Catalina

Guerra e JPL disseram em Tribunal que não conhecem os nomes que apontaram na PJ como fazendo parte do "esquema"! Mas nunca poderam ser confrontados uma vez que o Ministério Público e a Casa Pia nunca deixaram ler em tribunal as declarações que os dois fizeram em inquérito à Policia.

Portanto é esclarecedor que Francisco Guerra não se coibiu de mentir mesmo em relação a colegas seus.


Com o ego cheio pela importância que lhe foi dada desde o primeiro dia, Francisco Guerra não deixou mesmo de confessar a sua vaidade no INML:

  

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Os três, JPL, Francisco Guerra e LM foram companheiros de quarto em 1999 e 2000 , ou seja, durante os anos em que os crimes de que sou acusado se teriam passado mas nenhum destes jovens refere esse facto.

O Juiz Rui Teixeira até afirma em despacho que eles nem se conhecem.

Juntos, nomeiam dezenas de colegas que negam ter participado em qualquer tipo de esquema.
JPL também se gaba no INML. Ele o Chico Guerra são os maiores:

  

E disse mais:

  

 

 

JPL foi expulso da Casa Pia em meados de 2000 por envolvimento sexual com adultos e estupefacientes.

O relatório da sua expulsão diz que é um perigo para a demais população estudantil da Casa Pia de Lisboa.

Tal como Francisco Guerra também JPL, forneceu à sedenta Policia Judiciária uma série de nomes de colegas.

20-01-03

JPL em apenas 2 interrogatórios anteriores à minha prisão refere 14 colegas. No primeiro interrogatório JPL apenas refere Francisco Guerra e LM - os três testemunhos à altura da minha prisão.

No segundo interrogatório, dia 20 de Janeiro de 2003 (11 dias antes de eu ser preso) JPL identifica 7 colegas que estiveram em Elvas:

• 4 deles "de certeza absoluta"

• 2 como tendo estado em Elvas

• 1 como tendo ido a Elvas mas apenas uma vez.

Somente 4 são ouvidos antes da minha prisão e um deles nunca chega a ser ouvido. Todos desmentem os factos relatados.


Um dos jovens indicados é o aluno Victor Santos Macedo que presta declarações à PJ em 20.01.03 - dez dias antes de eu ser detido.

 

Mas vamos também ver um a um


Fernando Nunes


Fernando Nunes
já ficou tratado atrás, com o Francisco Guerra. É só reler o que o Fernando disse.

Ainda assim JPL reafirma em pleno Tribunal:


20.07.05

 

Dr. Sá Fernandes - Sim senhor. Lembra-se dum que era conhecido pelo Topo Gigio?  

Juíza Presidente - Havia algum colega que tivesse este nome que o Sr. Dr. referiu?  

JPL - Havia sim, Srª Drª Juíza.  

Juíza Presidente - Como é que se chamava este rapaz?  

JPL - É o Fernando. O qual  

Dr. Sá Fernandes - Fernando, quê?  

Juíza Presidente - Fernando...?  

JPL- Não sei. Sei que é Fernando. Que é, foi do meu lar. O qual o Sr. Carlos Silvino, quando ia lá jantar  

Juíza Presidente - É do seu lar?  

JPL - Exactamente.  

Juíza Presidente - Foi do seu lar?  

JPL - Foi, foi. O qual o Sr. Carlos Silvino dava os cinco contos.  

Dr. Sá Fernandes - Este Fernando, também ia a Elvas?  

Juíza Presidente - Pode responder.  

JPL - Ia sim.  

Dr. Sá Fernandes - Só se lembrou dele, agora?  

Juíza Presidente - Perguntei-lhe anteriormente, dos rapazes, disse que eram cerca de nove, que estes cinco sabia. Perguntei-lhe o nome dos outros, disse que uns não, porque eram de outros lares não conhecia, e não co, não se lembrava de qualquer outro nome. Agora, diz este, refere este nome Fernando. Porque é que se recordou agora deste nome?  

JPL - Srª Drª, eu sei que  

Juíza Presidente - Ou quando é que se recordou deste nome?  

JPL - Eu já recordava. Não... sei que ele era, sei que era Fernando, porque teve no meu lar. Mas na altura não disse o nome dele, porque é assim Srª Drª, eu dei-me sempre mais foi com o Francisco, com o LM...

Juíza Presidente - Sim. Mas eu perguntei-lhe, em concreto, outros nomes. E disse-me que não sabia.  

JPL - Srª Drª, nunca dei o nome do Fernando porque tava na... sei lá... como é que eu hei-de explicar? Não... posso na altura não ter-me, vindo à cabeça o nome do Fernando. Mas sei que ele está envolvido, também. Na altura po  

Juíza Presidente - Não é estar envolvido. É se foi ou não, das cinco vezes que o senhor refere, consigo a Elvas?  

JPL - Foi. Na altura, posso não  

JPL - Exactamente. Posso na altura não ter dito. Pode não ter vindo à cabeça. São tantos nomes. Tantas pessoas que foram connosco. Lembrei-me daqueles porque foram as pessoas com quem eu mais me dei. Que estava mais chegado. E foram os nomes que mais me vieram à cabeça.

 

Ruben Nogueira

Artur Rodrigues

Sérgio Gomes

Ruben Coutinho

Ricardo Crombez

Fernando e José Alves  (Dois irmãos)


JPL tenta ainda"colocar" na chamada casa de Elvas o Ricardo Oliveira

Ricardo Oliveira

Falta uma referência ao nome Rafael que é indicado pelo JPL.  Como não indica o apelido fiz uma busca no processo e penso tratar-se de um Rafael com alguma deficiência mental que teria abusado de um colega mais novo e depois teria sido abuso pelo LD. É assistente contra Carlos Silvino.

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LM no único depoimento que presta à Investigação, antes da minha prisão, não tem dúvidas em falar de Francisco Guerra e JPL como colegas que tenham ido a Elvas.

Identifica ainda LD e mais dois relacionando-os com uma situação numa vivenda no Norte



Fábio Henriques

Miguel Rosa


Afirma ainda pensar que RN também foi a Elvas



RN foi ouvido pela primeira vez após a minha prisão e ouvido 7 vezes durante o inquérito. Nega que alguma vez tenha ido a Elvas e nunca fala no meu nome.


LD é o assistente cuja data alteraram sem me comunicar para me condenar em Elvas. Foi ouvido 9 vezes pela PJ confirmando ter sido abusado por Carlos Silvino mas só por ele. Só no seu 7º depoimento resolve acusar-me, no dia 22/07/2003 (172 dias depois de eu ser preso)

Entre 1994 e 2002 LM foi acompanhado quinzenalmente pela psicóloga Dra. Cristina Mesquita, na Junta de Freguesia da Ajuda.

Não foi chamada a prestar declarações durante o inquérito e só lhe é pedida informação sobre o LM a 14 de Março de 2003 (42 dias depois de eu ser preso).


Mas foi ouvida em Tribunal. E disse:


Drª Cristina Mesquita - Fiquei. Fiquei surpreendida. Aliás, antes de o fazer entrei em contacto, para perceber qual era... o que é que era importante constar, e o que eu pus foi o que eu achei que era importante. O LM realmente tinha, tem, umas circunstâncias de vida tão complicadas, mas a esse nível nunca me trouxe nada, nem foi nada abordado nas minhas consultas. Por isso fiquei surpreendida, como fiquei surpreendida para vir hoje aqui. (...)

Procurador: Há uma determinada imputação a determinadas pessoas. Até agora, nenhum Tribunal disse que aconteceu.

Drª Cristina Mesquita: Eu realmente continuo a achar que o LM ... Para mim é difícilaceitar, ou acreditar, ou sentir essa situação.

Procurador: Porquê?

Drª Cristina Mesquita: Porque eu vivi com o LM imenso tempo da minha vida, imenso tempo da vida dele, desde 94, ultrapassámos imensas situações, e acho que tínhamos abertura suficiente - eu continuo a pensar isto, e tenho alguma prática clínica - para que, se uma situação dessas tivesse aparecido, ele me pudesse contar.(...)

Advogada: Apercebeu-se, ou alguma vez o LM lhe referiu isso, que houvesse um período em que ele tivesse mais dinheiro, em que tivesse comprado alguns objectos, alguma roupa, algo que fosse fora do vulgar no LM?

Drª Cristina Mesquita: Não, até porque o LM tinha sempre muito pouco dinheiro. Não me lembro de uma situação dessas. Aliás, nós até negociávamos... Eu tentei negociar com a mãe uma semanada, por isso não me apercebi que ele tivesse aparecido com coisas novas...

Advogada: E o LM alguma vez se queixou de não ter dinheiro, de ter falta de dinheiro para comprar o que queria?

Drª Cristina Mesquita: Às vezes sim. Os gelados, as gomas...

Advogada: Queixava-se?

Drª Cristina Mesquita: Queixava.